Duração média da jornada de trabalho (Estatísticas de 2023)

Horas de trabalho ao longo da história

Os funcionários trabalham agora 20 a 30 horas por semana a menos em comparação com o período do século 19.

A média de horas de trabalho nos países desenvolvidos caiu de 3.000 horas por ano em 1870 para entre 1.500 e 2.000 horas por ano em 1990.

Mas este declínio a longo prazo na média anual de horas de trabalho abrandou em quase todos os países do mundo e ocasionalmente, inverteu-se.

Na verdade, o tempo de trabalho nas sociedades primitivas de caçadores-coletores era muito menor do que nas sociedades agrícolas modernas. Em comparação com os povos pré-históricos, que trabalhavam em média 1.773 horas por ano, os agricultores modernos gastavam 1.980 horas por ano trabalhando.

Embora a Revolução Industrial tenha provocado longas jornadas de trabalho, imediatamente após a expansão da força de trabalho na década de 80, a jornada média de trabalho se reduziu significativamente.

Com o passar do tempo e o progresso das indústrias, as horas de trabalho continuaram a cair. Assim, olhando para 2020, podemos detectar um declínio significativo nas horas de trabalho anuais em comparação com o tempo que os funcionários passaram a trabalhar em 1980.

O gráfico abaixo mostra que a redução mais drástica das horas de trabalho aconteceu na Alemanha, onde os trabalhadores passaram 39% menos tempo trabalhando em 2020 do que em 1980.

Em 2022, porém, a jornada média anual de trabalho aumentou em relação a 2020, mas ainda foi inferior em relação a 1980.

Os trabalhadores no Japão, por exemplo, gastaram 1.598 horas por ano trabalhando em 2020, enquanto em 2022, gastaram 1.892 horas por ano no trabalho.

Um trabalhador alemão regular, por outro lado, gastou:

• 2.186 horas por ano trabalhando em 1980
• 1.324 horas/ano em 2020
• 1.783 horas/ano em 2022

Horário de trabalho por país

Embora os trabalhadores de hoje passem drasticamente menos tempo a trabalhar do que durante a Revolução Industrial, as suas horas de trabalho anuais médias diferem significativamente, dependendo do país em que vivem.

Dê uma olhada na tabela abaixo para obter mais informações sobre a média anual de horas de trabalho por funcionário em países ao redor do mundo. As horas trabalhadas por ano estão listadas em ordem crescente.

Horas de trabalho anuais por funcionário (em todo o mundo)

*As horas médias de trabalho anuais fornecidas na tabela são as horas semanais médias fornecidas pela Organização Internacional do Trabalho multiplicadas por 52.

Por exemplo, enquanto os trabalhadores na Turquia passam 2.256 horas por ano no trabalho, os trabalhadores da Holanda trabalham menos de 1.627 horas por ano.

Vamos olhar mais de perto como as jornadas de trabalho diferem em todo o mundo, examinando:

• Jornada de trabalho nos países da OCDE
• Jornada de trabalho na UE
• Jornada de trabalho no Reino Unido
• Jornada de trabalho na Alemanha
• Jornada de trabalho nos EUA

Jornada de trabalho nos países da OCDE

Em média, um funcionário de tempo integral num país da OCDE trabalha 36 horas por semana.

Isto significa uma média de 1.854 horas de trabalho por ano, das quais os trabalhadores austríacos foram os que menos passaram tempo no trabalho (1.534 horas por ano), enquanto um trabalhador mexicano passou 2.220 horas no trabalho em 2022.

Jornada de trabalho na UE

Em geral, um trabalhador de tempo integral na União Europeia trabalha 36 horas por semana (trabalho principal).

Em 2022, as horas de trabalho mais longas foram registradas na Turquia – 43 horas por semana, enquanto o tempo mais curto foi na Holanda – 31 horas por semana.

Pela legislação trabalhista da EU, a jornada de trabalho está limitada a 48 horas por semana, incluindo horas extras (se permitido pela legislação nacional, poderá ter um acordo com um funcionário para trabalhar além do limite de 48 horas).

Jornada de trabalho no Reino Unido

Em média, um funcionário de tempo integral no Reino Unido trabalha 1.866 horas por ano ou 35,9 horas por semana.

Jornada de trabalho na Alemanha

Quando se trata da Alemanha, um funcionário de tempo integral trabalha em média 1.783 horas por ano ou 34,3 horas por semana.

Jornada de trabalho no Brasil

No Brasil, um funcionário de tempo integral trabalha em média 1.970 horas por ano ou 37,8 horas por semana.

Jornada de trabalho nos EUA

Um funcionário de tempo integral nos Estados Unidos trabalha 1.892 horas por ano, ou 36,4 horas por semana, o que é um pouco mais do que em outros países da OCDE, ao mesmo tempo, menos do que um funcionário mediano brasileiro.

Em média, os trabalhadores dos EUA trabalham cerca de 10 horas a mais por ano do que os trabalhadores da UE.

Jornada de trabalho por setor nos EUA

De acordo com os dados mais recentes do Bureau of Labor Statistics Data dos EUA, os funcionários que trabalham na indústria mineira e madeireira nos EUA trabalharam mais horas – uma média de 45,5 horas por semana em Abril de 2023.

Por outro lado, os trabalhadores do lazer e da hotelaria nos EUA são os que têm menos horas de trabalho – 25,4 horas por semana em Abril de 2023.

Jornadas de trabalho anuais por cidade

A média anual de horas de trabalho não varia apenas de país para país, mas também pode ser diferente dependendo da cidade onde se trabalha.

Aqui estão algumas das jornadas de trabalho anuais mais recentes em 40 cidades diferentes de todo o mundo:

Jornadas de trabalho anuais por cidade

Os funcionários de Copenhague, por exemplo, são os que passam menos tempo no trabalho em comparação com as restantes cidades mencionadas – apenas 1.380 horas por ano.

Por outro lado, os trabalhadores de Singapura trabalham quase o dobro – passam 2.330 horas por ano no trabalho.

Dias úteis e folgas remuneradas por país

Os dias úteis e fins de semana variam de acordo com o país.

Na maior parte do mundo, a semana de trabalho é de segunda a sexta-feira. No entanto, nos países de maioria muçulmana, a semana de trabalho habitual é de domingo a quinta-feira.

Além disso, alguns países trabalham seis dias por semana, enquanto outros, como a Austrália e a Suécia, por exemplo, adotaram uma semana de trabalho de 4 dias.

A maioria dos países possuem leis que estabelecem a duração máxima da semana de trabalho e o mínimo de férias remuneradas, exceto os Estados Unidos.

Os EUA são o único país industrializado do mundo que não tem férias anuais obrigatórias por lei e não garante férias remuneradas aos seus trabalhadores.

Os países europeus, por outro lado, exigem um mínimo de 20 dias de férias remuneradas por ano (alguns chegam a 25 ou mesmo 30 ou mais dias).

A Austrália e a Nova Zelândia exigem que os empregadores concedam pelo menos 20 dias de férias por ano, e o Canadá e o Japão exigem pelo menos 10 dias de folga remuneradas.

Além das férias anuais remuneradas obrigatórias, os trabalhadores também recebem folga remunerada em feriados públicos.

Por exemplo, a FLSA não exige que os empregadores privados dos EUA ofereçam férias remuneradas aos seus empregados, mas a maior parte dos países desenvolvidos oferece pelo menos 6 dias de feriado por ano (enquanto alguns países como o Camboja e o Irão oferecem 27 dias de feriado).

Na ausência de padrões governamentais, 28 milhões de americanos não têm férias nem feriados remunerados. De acordo com o Bureau of Labor Statistics (Gabinete de estatística sobre o trabalho) dos EUA, o trabalhador americano, em média, recebe apenas cerca de 10 dias de férias remuneradas e cerca de 6 feriados por ano – menos do que o padrão legal mínimo estabelecido no resto das economias ricas do mundo.

Produtividade e horas extras

Uma semana de trabalho mais longa não resulta necessariamente em níveis mais elevados de produtividade.

Por exemplo, os trabalhadores no México têm turnos anuais bastante longos (2.220 horas/ano), mas o seu PIB por hora está entre os mais baixos.

À medida que a produtividade aumenta, as horas de trabalho diminuem. Por exemplo, os trabalhadores na Irlanda trabalham em média 36 horas por semana (1.872 horas/ano), mas o seu PIB por hora é o mais elevado do mundo.

No entanto, os níveis de produtividade nem sempre foram tão elevados como hoje. Na verdade, a produtividade tem aumentado exponencialmente há mais de um século.

Portanto, um trabalhador médio hoje deve trabalhar 11 horas por semana para produzir tanto quanto aquele que trabalhava 40 horas por semana em 1950.

Mas o rápido crescimento da produtividade não reduziu necessariamente o tempo de trabalho.

Nomeadamente, embora as horas extras sejam legalmente regulamentadas na maioria dos países por uma combinação de leis, a investigação mostrou que um em cada dez trabalhadores trabalhou um dia extra de horas não remuneradas todas as semanas em 2021.

No entanto, devido às longas horas de trabalho e a uma elevada taxa de esgotamento, os trabalhadores em toda a América demonstraram uma queda de 4,1% na produtividade em 2022. Esta é a queda mais baixa desde que o Bureau of Labor Statistics dos EUA começou a medir a produtividade dos funcionários em 1948.

A demissão silenciosa e seu impacto no empenho dos funcionários

Dado que existe uma forte ligação entre a produtividade dos funcionários, os resultados de desempenho e o envolvimento, um número crescente de funcionários descomprometidos (de 13% a 18%) pode significar que a demissão silenciosa está aumentando.

Uma vez que a demissão silenciosa envolve os funcionários que completam as suas tarefas básicas, mas se recusam a sacrificar a sua vida privada para ir além no trabalho, um declínio na produtividade e na produção não deve ser uma surpresa.

Como a maioria dos empregos exige um esforço extra para colaborar com os membros da equipe (especialmente em um ambiente remoto ou híbrido), uma queda na produtividade parece ser um resultado lógico de mais de 50% dos funcionários dos EUA aderirem ao fenômeno da demissão silenciosa.

Conclusão: O futuro do horário de trabalho ainda está em formação

Embora as horas de trabalho variem entre países, têm diminuído exponencialmente ao longo dos séculos em todos os cantos do mundo.

Em comparação com um trabalhador médio da década de 1850 que trabalhava mais de 3.000 horas por ano, um funcionário de 2023 gasta 1.892 horas no trabalho.

Ainda assim, embora esta mudança tenha aumentado a produtividade dos funcionários, o número de trabalhadores ativamente descomprometidos que decidiram pedir demissão discretamente também aumentou.

Se a tendência de abandono silencioso continuar a aumentar ou se em breve testemunharemos uma nova diminuição nas horas de trabalho, isso ainda será uma questão a ser vista nos próximos anos.

*A média de horas de trabalho neste guia é a média de horas semanais fornecida pela Organização Internacional do Trabalho multiplicada por 52.

Fontes

• Hours worked — OECD Data
• GDP per hour worked — OECD Data
• Working Hours — Our World in Data
• Is Paid Annual Leave Available to All Workers — World Policy Center
• Is Quiet Quitting Real — Gallup
• Relatórios do State of the Global Workplace: 2022 — Gallup
• Labor productivity — U.S. Bureau of Labor Statistics
• The Cities In The World With The Best Work/Life Balance — Holidu
• People at Work 2022: A Global Workforce View — ADP Research
• Employee Benefits Survey — U.S. Bureau of Labor Statistics
• Average usual weekly hours worked on the main job — OECD Stat
• Weekly average working hours —- Statista
• Trend in working hours — OECD Library
• List of minimum annual leave by country — Wikipedia
• Workweek and weekend — Wikipedia
• Pre-industrial workers had a shorter workweek than today's — MIT Edu
• Diminishing Returns at Work: The Consequences of Long Working Hours
• Are we working more than ever? — Our World in Data
• Average usual weekly hours worked on the main job — OECD Stat
• Hours of work - annual statistics — Eurostat Statistics Explained
• Average weekly hours and overtime of all employees on private nonfarm payrolls by industry sector, seasonally adjusted — U.S. Bureau of Labor Statistics
• Statistics on Working Time — International Labour Organization
• Average Workweek by Country 2023 — World Population Review
• The 1980’s: a decade of job growth and industry shifts — U.S. Bureau of Labor Statistics